EBN/JORNAISEMFOCO > O CATHARINENSE
Continua a polêmica do aluguel de equipamentos eletrônicos para transmissão das sessões da câmara municipal de Biguaçu. Mesmo com a insistência de que fez a coisa correta, existem vereadores que são contra o fato do presidente da câmara Patê ter alugado em vez de comprar esses equipamentos. A discussão gira em torno do valor que se pagaria no lugar do preço do aluguel anual.
Para o leitor entender bem essa história, segue o seguinte exemplo: um pai de família resolve equipar sua casa com TV, geladeira, micro-ondas, forno, freezer e ar condicionado. Em vez de comprar esses equipamentos ele resolve alugar por ano e para piorar a história o custo para comprar todos esses equipamentos é menor do que o valor do aluguel anual. A pergunta é feita: esse pai fez um bom negócio?
Isso é o que está acontecendo com o contrato que o Presidente Patê (DEM) fez com uma empresa que alugou equipamentos eletrônicos por 147 mil reais por ano para a câmara de vereadores . Com a justificativa de que os equipamentos estariam obsoletos em 1 ou 2 anos, ocasião em que a câmara mudará de endereço, o presidente da Câmara de Biguaçu decidiu em alugar em vez de comprar. Como essa mudança de sede se dará em 2 ou 3 anos, esses equipamentos poderão ter aditivos contratuais nesse período podendo chegar a bagatela 441 mil reais em 3 anos de aluguel.
Será que não seria melhor comprar em vez de alugar? Ninguém aqui está discutindo a qualidade do serviço que está sendo prestado, até por que com um valor desses, era só o que faltava as transmissões serem ruins. Então justificar a gastança por causa do bom andamento dos serviços não justifica absolutamente nada. O homem público tem que zelar pela economia e ter cuidado no que fala.
Esse negócio de Patê dizer que em 1 ou 2 anos equipamentos eletrônicos ficam sem uso e por causa disso é melhor alugar em vez de comprar é um absurdo sem precedentes. É a mesma coisa que o pai de família, citado no exemplo acima, que optou em alugar eletrônicos para a casa nova justificar que esse ato é melhor por que em 1 ou 2 anos a TV, Geladeira e etc estariam obsoletos. Isso é o conto da carochinha. Patê não é engenheiro ou técnico em eletrônica para dizer isso. Uma prova de que o presidente da câmara de Biguaçu é um leigo foi o que ele falou recentemente na tribuna da câmara. Olha só a besteira que ele falou: “um aparelho de celular se torna ultrapassado em 2 meses”. Pelo jeito o expert em eletrônica deve estar delirando. De onde um aparelho de celular fica ultrapassado em apenas 2 meses? Será que o Patê troca o telefone dele nesse período?
Bom! A reportagem não vai entrar no mérito de que o que afirmou Patê procede ou não e também não entrará na discussão de que o serviço que está sendo é feito é ruim ou não. O que temos que analisar de forma responsável é o se o que foi feito, ou melhor, gasto, está dentro ou não da normalidade. Afinal de contas: o que seria melhor? Alugar ou comprar?
No calor dessa discussão a empresa Bohrer Equipamentos Eletrônicos, uma das que participaram da licitação que a câmara realizou, tornou público um orçamento de que todos os equipamentos eletrônicos que foram alugados por Patê custariam 79 mil reais. Quer dizer, segundo a empresa, comprar seria 47% mais barato do que alugar por um ano os equipamentos eletrônicos. Epâ! O que é isso? Comprar seria muito mais em conta do que alugar? Isso é grave e o que assusta é que esse orçamento, segundo um site de notícias da cidade, foi dado a câmara de vereadores para deliberação antes da licitação do aluguel.
Patê jura de pés juntos que a câmara não recebeu proposta de venda alguma e que a equipe de licitação da “casa” mandou inúmeros e-mails para orçar os equipamentos eletrônicos para comprar e diante da falta de respostas resolveu fazer uma licitação de aluguel.
O que é verdade nessa história? Esse orçamento foi dado a comissão de licitação ou não? Caso contrário porque vazou agora? Diante disso está certo o vereador João Luz (PSL) em colocar em votação um requerimento acatado por todos que chamará o dono dessa empresa que diz ter orçado para venda esses equipamentos e dado para análise da câmara de vereadores. A sociedade precisa saber se Patê mentiu ou não ao afirmar que não existia orçamento de venda dado ao legislativo;
Mas mais uma vez a reportagem do jornal não vai entrar nesse mérito. A câmara descobrirá a verdade. No entanto o que tem que ser analisado é esse orçamento de 79 mil reais. Não importa quando ele surgiu mas se ele realmente orça por esse valor de 79 mil reais em compra o que foi alugado por 143 mil reais. Isso que tem que ser analisado? Por que se dá pra comprar os equipamentos por um valor 47% mais barato do que alugar, o que Patê está esperando?
Repetimos: o serviço contratado na locação de equipamentos está sendo elogiado e isso não se discute. O ofício de orçamento desses equipamentos para venda , independentemente de quando apareceu, realmente é fidedigno e mostra toda essa economia? Se isso ficar comprovado não vale mais comprá-los em vez de alugar? Essa atitude não daria economia aos gastos? Isso que tem que ser analisado pelos vereadores. Já existem vereadores que admitiram ao jornal que a atitude de Patê em alugar em vez de comprar foi equivocada.
Até porque dentro da polêmica surgiu mais uma: a de que os equipamentos alugados e que foram instalados na câmara seriam usados e por causa disso o vereador Pissudo (PP) solicitou todas as cópias das notas fiscais dos equipamentos locados.
A câmara de vereadores representa o povo. As pessoas precisam saber se o que foi feito por Patê é econômico ou não. Por favor, não toquem mais na tecla do que o serviço é bom, obviamente ele tem que ser, mas analisem se a atitude do expert em eletrônica Patê foi coerente ou não.