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A Operação Mensageiro, que tem deixado muitos políticos sem dormir ultimamente, cada vez mais se revela um processo gigante e complexo. A ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), em um de seus despachos, diz que a complexidade da operação se denota pelos conteúdos, planilhas e muitos outros supostos elementos de prova que se contam às centenas.
“Essa Magistrada tem recebido advogados de investigados e entes públicos, de maneira presencial ou por videoconferência, praticamente todos os dias desde que cumpridos os primeiros mandados de prisão preventiva“, afirmou ela, ao analisar, há poucous dias, uma liminar em habeas corpus impetrada pelos advogados de defesa de Altevir Seidel, apontado como o ‘mensageiro” da operação.
O habeas corpus foi negado, porém uma notícia divulgada na noite desta quarta-feira (22), pel NSC, vai deixar muita gente com o caneco na mão: um acordo de colaboração premiada, firmado pelo empresário Altevir Seidel com o Ministério Público de SC, tende a causar fortes impactos na investigação do escândalo do lixo em Santa Catarina.
Um acordo de colaboração premiada consiste, basicamente, na entrega de (mais) nomes, principalmente de políticos que teriam sido beneficiados nos últimos anos por conta de eventuais recebimentos de propinas, e principalmente provas. Os detalhes do acordo com a Procuradoria da Justiça obviamente estão em sigilo máximo da Justiça.
Quantos a provas contra Seidel, as investigações do Gaeco já haviam levantadas várias. Já sabemos que foi através de colaboração premiada de Adelmo Alberti, em face da operação Et Pater Filium, que revelou-se este outro esquema de propina, desta vez envolvendo a prestação de serviço de coleta de lixo e esgoto, prestado pela empresa Serrana Engenharia.
Alberti apontou a existência de um “mensageiro” que entregava a propina para os prefeitos, inclusive para ele mesmo. Através de informações fornecidas pelo agora ex-prefeito, foi identificado através de câmeras de monitoramento da Polícia Rodoviária Federal, um veículo Fiat Toro, cor branca, de propriedade de fato de Altevir Seidel. O automóvel era usado pelo mensageiro para ‘as visitas’ nos municípios onde eram feitas as entregas de valores.
Em oitiva de colaboração premiada, Alberti confirmou com absoluta certeza ser Altevir Seidel, o mensageiro da entrega de propinas para si, através de reconhecimento por meio de inúmeras fotografias.
Ainda de acordo com o Ministério Público, o ex-prefeito de Canoinhas, Gilberto dos Passos, ao realizar acordo de colaboração premiada, também acabou por trazer maiores indícios de todas as artimanhas corruptas praticadas, que já eram apuradas há meses por diversos outros elementos de prova e que, assim, comprovaram a existência de um crime e indícios suficientes de autoria, em desfavor dos investigados.
Como exaustivamente citado, o investigado Altevir Seidel é apontado como o principal responsável pela entrega de propina da Serrana Engenharia para dezenas de agentes públicos de diversas cidades catarinenses.
“Basicamente, se existe o maior esquema de corrupção da história de Santa Catarina, é devido a atuação de Altevir Seidel, o mensageiro na entrega de dinheiro vivo para prefeitos e outras autoridades”, diz o Ministério Público.
Com o acordo de colaboração premiada de Seidel, a essas horas já deve ter alguns querendo fugir do país. Vamos esperar pela 4ª fase da Operação.